segunda-feira, 1 de março de 2010

Medo?

Medo?
À noite. De um abraço descomprometido de dois corpos entregues que não se amam.
De almas que não de cruzam. Caixotes do lixo em forma de coração.
Coração em forma de estômago. Murros dados com força. Vómitos.
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Medo?
De dia, com luz e pensamentos despertos. Olhos semi fechados pela ignorância latente no pensamento desmedido e preconceituoso. Mãos dadas sem palmas. Anéis trocados sem dedos. Promessas sem futuro. Juras de amor passado, passadas.
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Medo?
Já não tenho medo. Libertei-me das correntes do protagonismo mediano e obrigatório da moldura do par. Do eu contigo. Do conjunto.
Já não tenho medo, porque aprendi que contanto comigo própria nada vai falhar.
Nem eu!
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Eu?
Não tenho medo.
Aprendi a voar sem asas, meu amor.

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