segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

É desde amor que falo 3

"Meu amor,
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Hoje é o dia em que te escrevo uma carta sem razão ou se calhar por uma razão muito especial (…) a possibilidade de termos um filho (…)
Penso que é apropriado explicar-te porque é que preferia ter filhos mais tarde na vida (…) para mim a paternidade é algo de tal responsabilidade que a minha personalidade perfeccionista (um erro porque é fonte natural de insatisfação permanente) é levada ao extremo…
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Para mim um pai deverá ser alguém que já atingiu a iluminação, alguém que é verdadeiramente feliz, calmo e justo. Um mestre. Quero com isto dizer que um pai deve ser alguém que já tenha consciência do seu papel no mundo, que tenha aceite os seus limites (ainda que provisórios) e que esteja em paz interior (…)
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Eu nesta altura encontro-me em guerra com o mundo, lutando por um lugar. Questionando tudo como uma criança (…) e agora penso se isto alguma vez mudará, acho que não! O que talvez melhore é a capacidade de aceitação de não saber responder.
(…) no entanto a minha convicção profunda, e o mais importante num pai é ser um bom exemplo e o amor, e de facto acho que não sou um exemplo suficientemente bom, mas amor nós temos, muito… (…)
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A imagem de eu, tu e os nossos filhos é um sonho lindo. A questão é quando o queremos realizar.
Contudo a vida não espera pelas nossas respostas, não se preocupa com as nossas dúvidas, simplesmente lança-nos novos desafios, e é isso que faz dela tão especial (…) por isso se a vida nos der agora um filho, tenho a certeza que faremos dele uma pessoa da qual nos possamos orgulhar.
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Eu, o futuro (mais cedo ou mais tarde) pai dos teu filhos, que te amará eternamente.
"

3 comentários:

Carla disse...

Como doeria tão menos assim...

Andreia disse...

Foi desse amor que falamos...e digo que fiquei novamente sem palavras...
Bjinho

MagicWoman disse...

:)

escreves muito bem.

parabéns.