segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Já é tempo

Já é tempo de a tua falta perder o eco e a solidão não ser fria. É tempo de queimar as fotografias que estranhamente nunca tirámos e substituir as músicas que ouvíamos quando fazíamos amor.
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O cheiro do teu perfume continua impossível em qualquer outro. O toque nas minhas costas continua a sentir-se teu. Os passos durante a noite não são meus nem nossos.
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Já é tempo de abrir o coração, qual janela envergonhada. Conseguir bater a porta sem tapar os ouvidos encolhidos entre os ombros semicerrando os olhos e os dentes. ESTRONDO!
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Já é tempo de aceitar que afinal a forma que deixaste no vazio do meu peito é flexível e não tão escura assim.
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É tempo de aceitar a derrota. A minha, por estar a escassos centímetros, a tua por não me teres trazido até ti. Apareceste de bulldozer laranja-amarelado.
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Bastava um sopro leve e teu, meu querido e eterno amor.

2 comentários:

izzie disse...

Não é derrota... é recomeço. É uma outra hipótese, opção de vitória.

Beijinho,

António disse...

A vida ensina-nos estranhas lições, sendo que afinal nada é para sempre. Aquela palavra que tão levianamente usamos é algo tão inatingível e utópico.
Pessoas chegam e outras partem, levando partes de nós e deixando partes delas. Moldamo-nos com essas vivências e evoluimos para seres diferentes.
O que está no passado a ele pertence e só o presente deve interessar.
Precisamos de ter força para superar as lutas que temos pela frente e para isso o mais importante é vontade e a presença de quem nos quer bem. Tudo o resto, todos os demais, não interessa. São pedras no sapato que não ajudam na nossa caminhada.
Força e verás que o mundo será um sítio muito interessante para se estar.