sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bute!?

A minha vida sempre foi assim. Um falta de capacidade de esperar. Acelerar os meios. Empurrar dificuldades. Trespassar fronteiras. Derrubar paredes. Fazer com que o futuro chegue mais cedo.
Comecei a namorar com 13 anos e queria casar e ter o primeiro filho aos 21. Não aconteceu, tendo no entanto vivido bem novinha o que se pode chamar de amor cheio. Cheio de tudo. Aqui aprendi e defini o que iria passar a desejar para mim. É por estes ideais que luto. Foi naquela pessoa que me transformei. Há 10 anos.

Não tive um filho aos 21 nem terei aos 31 nem sei se alguma vez acontecerá.
Deixei de pensar, deixei de definir, um filho é muito mais do que um obrigação social ou a garantia de uma velhice acomodada e reconfortante.
Um filho é o união de duas almas. Velhas e fortes. Unas. E portanto na minha vida os objectivos mantém-se os mesmos mas apenas centrados em mim. Se a minha família for eu própria comigo, assim será. Porque se deixar por cá formas de mim um dia que desapareça, não me envergonharei com toda a certeza, mas se não acontecer sinto que a minha vida me proporcionou muitas oportunidades de me tornar inesquecível.

Bem sei que sou uma Mulher. Uma guerreira. Uma lutadora. Uma rainha. Bem sei. Mas sai-me do corpo em cada lágrima, em cada cólica, em cada noite sem dormir. Em cada sorriso, em cada noite bem passada, em cada abraço, em cada novo amigo, em cada dança, em cada conhecimento, em cada quadro, em cada música, em cada momento. Em todas as razões que sei que viria a ter. Em cada certeza e confirmação. Em cada visão. Sou o que sou pelo que vivi e me predisponho a viver. Pela mente aberta, alma clara e forma doce como me apaixono pela vida em cada momento.

Bem sei que por vezes não resisto e quase desisto. Bem sei que me queixo e lamento... mas foda-se, deixem-me pelo menos desabafar assim. Ajuda. Os abraços dos braços dos que mais amo nem sempre estão por perto. E as lágrimas voltaram à minha vida agora em forma de refresco e as saudades como cócegas no coração. Deixem-me andar sem ter em grande conta :)! Bipolar de alma. Por vezes pensa o cérebro por vezes o coração, de uma forma tão aleatória e sem padrão quanto as lágrimas e sorrisos que deixo cruzar minuto a minuto na minha vida.
Obrigada a todos. A todos os que amo. A todos os que me amam e a todos os que nem sabem quem sou e tão pouco, por mais anos que vivam a meu lado, saberão alguma vez.

Mesmo! A vida é isto em cada momento. E vou. Vou. Simplesmente assim. Sem rumo. Sem meta. Um dia de cada vez. Sem plano. Sem trilho. Vou. Apenas com tudo aquilo que sou. Quem quiser, pois que venha comigo. A bagagem já é leve. Bute!?

2 comentários:

izzie disse...

:)

Um beijinho,

Gislaine Fernandes disse...

Esse foi um dos post mais profundos e lindos que já li.
Parabéns pelas palavras, pelos sentimentos...
beijos