sábado, 10 de abril de 2010

Canção de Madrugar

De linho te vesti, de nardos te enfeitei, amor que nunca vi mas sei ...
Sei dos teus olhos acesos na noite sinais de bem despertar, sei dos teus braços abertos a todos que morrem devagar ...
Sei meu amor inventado que um dia teu corpo pode acender uma fogueira de sol e de fúria que nos verá nascer.
Irei beber em ti o vinho que pisei, o fel do que sofri e dei.
Dei do meu corpo um chicote de força, rasei meus olhos com água.
Dei do meu sangue uma espada de raiva e uma lança de mágoa.
Dei do meu sonho uma corda de insónias cravei meus braços com setas.
Descobri rosas, alarguei cidades e construí poetas.
E nunca te encontrei na estrada do que fiz. Amor que não logrei, mas quis, quis, quis...
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Então:
Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,
Nem forcas, nem cardos, nem dardos, nem guerras
Nem mal ...
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Post Pré-Programado

1 comentário:

Andreia disse...

Lindo...
Fantástico poema...


Beijinhs***