quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pinto de encarnado as folhas de jornal.

A minha maior dificuldade está em discernir se o que sinto é líquido e instintivo, se é a luz da minha intuição, sinais, se são os meus medos a toldar as sensações. A ténue e febril fronteira entre a mão direita do destino real e a mão esquerda do plano da nossa vida. O cérebro direito que sente e o esquerdo, do lado do coração, que pensa. A inocência não perdida aos 30 anos, ou o peso da luta na mesma corrida temporal. A fronteira entre o aceitar que a vida e o universo confluem numa justiça plena e o força que faço para garantir os planos adstritos ao destino esquerdo projectados no desenho direito.
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A dificuldade está em aceitar a sorte que tenho e sentir-me merecedora.
Agradecer a mim própria.
Colocar a coroa e reinar nesta vida que tornei fácil e doce. Simples e plena.
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Por isso hoje pinto de encarnado as folhas de jornal.
Derramo propositamente o leite para não chorar.
Procuro nas palavras pintadas as que me susurraste ao ouvido...
E sinto amar... sinto Amor...

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