sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quero mudar... para sempre

Tenho a minha vida no limbo. Nem cá nem lá. Nem ansiosa nem tranquila. 
A vida pendente em fios de seda e caixas de cartão.
A despedida do rio, da casa, da cidade, dos amigos (tantos e tão bons que se fizeram por cá), o sol que mesmo em Novembro me brinda ainda, em jeito de despedida, todas as manhãs. O brilho por que me apaixonei quando cheguei é o mesmo que me saúda quando acordo.
Uma vida tão nova e resplandescescente que nem me lembro da anterior. Parece até que nunca tinha vivido antes. Talvez nem tivesse, de facto.
A minha casa já não tem a minha alma.
Ecoam os roupeiros e os esqueletos nos armários estão agora com frio. Vou deixa-los ficar por cá.
Os amigos ouvem o meu coração. Uns, ainda, os outros, já. 
Despeço-me de cada canto e sinto saudades apenas de longe.
De quem, em boa verdade, sempre esteve longe.
Foi pouco mais de um ano. Muito mais do que deveria ser necessário. Mas o plano foi escrupulosamente cumprido. Sou uma mulher nova agora. Muito melhor. Muito mais feliz e estruturada. Com as asas saradas e sem medo de continuar a voar.
Lisboa fez-me fez-me bem.
Renovou-me a alma e a tez. 
Regresso ao Porto nova.
Cheia de vontade de, por lá, viver a vida que sempre mereci.

1 comentário:

Juliana Lima disse...

Lindo teu texto... Pronfundo que nem um espelho... A tatuagem é tua? Está perfeita...