terça-feira, 28 de junho de 2011

Isto afinal é tudo uma questão de chá.

Quando traçamos objectivos e ansiamos concretizações só podemos contar com uma pessoa: Nós próprios!

É demasiado difícil mudar o mundo. Mudar mentalidades. Mudar pessoas.

Ou nascem e crescem em ambientes propícios a educação, altruísmo e capacidade de amar, onde o chazinho é um ritual, onde se contam historias de príncipes e princesas encantadas todas as noites nas quais se acredita para sempre, onde predomina o respeito pelos demais, sejam eles quem forem, ou então não vale a pena. Beber chá é um ritual à nascença e eterno.

Há coisas que não mudam e já dizia a minha avó: “O que nasce torto tarde ou nunca endireita.” E eu acrescento, piora com o tempo!

O nosso mundo constrói-se e no limite alimenta-se. As pessoas que merecem entrar neles fazem-no de uma forma natural (o que não significa ser simples), de uma forma espontânea, leve e livre. Encaixam suavemente. Moldam-se. Vivem a ritmos semelhantes e gostam do mesmo chá.

Não há força nem esforço. Não há arrependimento.

Quando é difícil explicar, colocar no sítio correcto, acomodar, quando custa encaixar, quando se repete constantemente a mesma coisa e acima de tudo quando não se gosta de chá, está o caldo entornado. Não há forma de disfarçar. E mais cedo ou mais tarde os rituais tornam-se obrigações. A comodidade torna-se desconfortável e a máscara desfaz-se.

É assim em tudo. Ou vivemos confortáveis dentro de nós próprios ou a farsa da pele que vestimos mais cedo ou mais tarde vai apertar, vai ficar desconfortável ou até será despida à força num qualquer momento de clarividência, normalmente sem retorno.

E experimentem queimar a língua com chá. Dói como o caraças. É preciso fazer o chá com carinho, à temperatura ideal, deixar que arrefeça com calma e bebe-lo com classe.

O chá, esse, tem muito que se lhe diga!!!