segunda-feira, 18 de julho de 2011

ora um ora outro...



Apetece-me fechar os olhos e saltar para os meus sonhos. Lá é tudo mais simples sem querer dizer que seja tudo mais fácil. Não há mentiras, não há manipulações, não há pessoas más, não há egoísmo nem traição. Nos meus sonhos também não há anéis de ouro, nem carros novos, nem nada muito diferente daquilo que tenho actualmente. Lá, nos meus sonhos, há amor, união, altruísmo e desapego. Há também a capacidade de amar e ouvir. Há calor e mar.

Apetece-me fechar os olhos, dar-te a minha mão e desaparecer. Desaparecer daqui e reaparecer por lá. Onde a água é amena, onde não há dinheiro nem ganância, onde contamos apenas uns com os outros. A guerra existe apenas como antónimo de paz e é fácil viver.

Estou triste. Estou triste porque sei que não é a gritar que me ouvem nem a ser o que sou que me dão valor. Estou triste porque tenho pena que o caminho é tão penoso afinal quando poderia ser de nuvens e girassóis. Estou triste porque sinto o coração escavacado de injustiça e incapacidade de reacção.

Hoje, apetece-me fechar os olhos no teu colo e chorar até não aguentar mais na esperança que as minhas lágrimas cheguem lá… salgadas e amargas como só a vida consegue ser por vezes. Aquela que não conseguimos adoçar apenas com o mel do nada querer.

Hoje, adormeço na certeza que preferia que as coisas fossem diferentes. Que embora até tenhamos razões para não estar bem, poderíamos estar muito melhor. Façamos com que não se quebrem laços, com que não se desenterrem raízes, porque infelizmente há coisas irreversíveis, porque infelizmente um qualquer de nós pode fechar os olhos para sempre e não conseguir acordar do lado de lá. E depois? Depois não há nada a fazer. O arrependimento não devolve o tempo perdido, os abraços por dar nem as palavras por dizer.

E se há alguma coisa que não quero na vida é arrepender-me.

1 comentário:

Bé Ferraz disse...

' Há também a capacidade de amar e ouvir. Há calor e mar. '

Tão lindo :)