Tenho escrito menos porque tenho cada vez menor capacidade de transcrever em palavras todas as emoções.
Era mais fácil quando sofria.
Escrever sobre o sofrimento é simples, basta conjugar as palavras e dizer o que sentimos.
Escrever sobre o verdadeiro amor e tudo que nos faz sentir nunca faz jus à realidade. Já não consigo transmitir em palavras o que representa acordar a meio da noite e sentir aquele abraço apertado e um amo-te de soslaio entre um sonho e um salto.
Não consigo mais ilustrar o que representa o brilho do teu olhar, a luz da tua aura, o calor do teu corpo, a intensidade da tua alma e a paz… sim agora que paz tem um verdadeira significado. O silêncio que é confortável, a falta e a solidão antes desejáveis, são agora totalmente insuportáveis.
Não consigo mais escrever sobre este amor que agora vivo e sinto. Porque o verdadeiro amor não se escreve, não se transcreve, sente-se. Porque escasseiam as palavras, as acentuações a não há virgula que permita a pausa necessária para repousar o coração. Não há ponto final nem reticencias. Não há dúvidas nem exclamações. Não há qualquer onomatopeia que repercuta o som das gargalhadas. Há aquele pleonasmo que aproxim o “amo-te muito, mais que tudo”; “amo-te cheia de amor”; “vive comigo para sempre, todas as vidas que nos restam”…
Depois não me chegam as rimas. Não sobram palavras e não consigo evitar repetições. É amor amais.
Vou continuar rara por aqui… mas viva, mais que nunca, viva!
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