quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Era mais fácil quando sofria.

Tenho escrito menos porque tenho cada vez menor capacidade de transcrever em palavras todas as emoções.
Era mais fácil quando sofria.
Escrever sobre o sofrimento é simples, basta conjugar as palavras e dizer o que sentimos.
Escrever sobre o verdadeiro amor e tudo que nos faz sentir nunca faz jus à realidade. Já não consigo transmitir em palavras o que representa acordar a meio da noite e sentir aquele abraço apertado e um amo-te de soslaio entre um sonho e um salto.
Não consigo mais ilustrar o que representa o brilho do teu olhar, a luz da tua aura, o calor do teu corpo, a intensidade da tua alma e a paz… sim agora que paz tem um verdadeira significado. O silêncio que é confortável, a falta e a solidão antes desejáveis, são agora totalmente insuportáveis.
Não consigo mais escrever sobre este amor que agora vivo e sinto. Porque o verdadeiro amor não se escreve, não se transcreve, sente-se. Porque escasseiam as palavras, as acentuações a não há virgula que permita a pausa necessária para repousar o coração. Não há ponto final nem reticencias. Não há dúvidas nem exclamações. Não há qualquer onomatopeia que repercuta o som das gargalhadas. Há aquele pleonasmo que aproxim o “amo-te muito, mais que tudo”; “amo-te cheia de amor”; “vive comigo para sempre, todas as vidas que nos restam”…  
Depois não me chegam as rimas. Não sobram palavras e não consigo evitar repetições. É amor amais.
Vou continuar rara por aqui… mas viva, mais que nunca, viva!

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