terça-feira, 3 de maio de 2011

Mãos de magia...


Não era preciso muito. Não era preciso quase nada. As próprias correntes são ténues quando comparadas com os ferros com que nos cravaram na parede, em tempos. Parecem de seda, até. No entanto vão impedindo de igual forma os movimentos de quem deseja voar, mesmo que baixinho.

Queria articular o mundo e o universo por segundos. Bastavam dois ou três. Sem magia.

As estrelas brilhariam no sentido certo e com luz intensa. As minhas mãos, ternas e cirúrgicas colocariam os astros no seu devido lugar. E era apenas esperar que acontecesse.

Esperar que o caminho fosse agora o correcto. Que a direcção fosse única e que o castelo já tivesse sido construído com todas as pedras, pedrinhas e pedregulhos que encontramos pelo caminho. O tecto de lã e as paredes de algodão. A vista para o mar e para as estrelas.

A felicidade e paz reinariam. E todos, todos seriamos muito mais felizes assim. Com quase nada e tudo ao mesmo tempo.

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